Você não pode proteger seu filho de tudo, mas pode proteger da meningite meningicócica.
O que é meningite?
É uma inflamação na meninge, a membrana que reveste o cérebro e a medula espinhal. Ela poder ser causada por vários fatores, como medicamentos, vírus, fungos e até vermes. Mas o perigo maior são os episódios provocados por bactérias, que são mais agressivos e evoluem com rapidez. É aí que devemos concentrar os esforços de proteção para nossos filhos, sejam crianças ou adolescentes: existem vacinas que previnem os principais tipos de meningite bacteriana, capaz de matar ou deixar sequelas graves em, apenas, 24 horas. Daí a importância de conversar com um médico e checar se a carteirinha de imunização está completa.
Meningite Meningocócica em 24 horas
Em uma volta completa do relógio, os sintomas da doença podem evoluir de febre e mal-estar a inconsciência e convulsões, com risco de morte e sequelas graves. Veja o que costuma acontecer nesse período* e entenda por que se vacinar contra a meningite meningocócica é importante.
0-8h
Sintomas iniciais inespecíficos (semelhantes a resfriado ou gripe)
Irritabilidade, Febre, Dor de garganta e coriza, Sonolência, Perda de apetite, Náuseas e vômitos, Dores nas pernas.
8-15h
Sintomas clássicos da Meningite
Mãos e pés frios, Rash hemorrágico.
Rigidez na nuca e Fotofobia.
15-24h
Pode progredir de sintomas inespecíficos para a morte em 24 horas.
Confusão, Convulsão, Inconsciência, Choque séptico e Morte.
Meningite: Causas, sintomas, prevenção e tratamento.
É importante entender que existem tipos mais brandos e outros mais graves desta doença.
Os tipos mais comuns de meningite bacteriana, no Brasil, podem ser prevenidos com vacinação. Venha aprender mais.
O termo meningite significa um processo inflamatório nas meninges, as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Esta doença pode ser desencadeada por diversos fatores, como medicamentos, câncer, fungos, protozoários e até vermes. No entanto, os episódios mais preocupantes são os provocados por vírus e bactérias, porque, além de ocorrerem com mais frequência, têm maior potencial de transmissão.
As crianças com menos de cinco anos, principalmente as menores de um ano, são as mais suscetíveis a desenvolver a doença. No entanto, quando se trata de uma forma específica e grave de meningite bacteriana, chamada meningite meningocócica, os adolescentes e adultos jovens também têm risco aumentado, porém esta doença pode acometer qualquer faixa etária. Felizmente, existem vacinas para prevenir os subtipos da bactéria causadora deste tipo de meningite que circulam no país (A, B, C, W e Y). (Confira o calendário de vacinação).
Com relação à meningite pneumocócica, idosos e pessoas com doenças crônicas ou imunidade deprimida são mais vulneráveis. Esse tipo de meningite também pode ser evitada com a vacinação.
Evolução
Dependendo da idade do paciente, do agente causador da meningite bacteriana e das condições do organismo, a doença pode se agravar e progredir de duas maneiras distintas. Às vezes, a infecção progride e gera uma reação generalizada grave, conhecida como septicemia. Ou então, afeta o sistema nervoso, promovendo complicações neurológicas.
Sinais e sintomas
Nem sempre todos eles estão presentes ao mesmo tempo. Tudo vai depender da evolução da doença. No entanto, é essencial saber reconhecê-los:
-Febre
-Náusea e vômito
-Falta de energia e mal-estar
-Dor no corpo
-Mãos e pés frios
-Alteração na coloração da pele
-Manchas vermelhas na pele
-Dor de cabeça e intolerância à luz
-Rigidez na nuca
-Confusão, delírio e/ou inconsciência
-Convulsão
-Coma
-Crianças pequenas podem ter sonolência, respiração acelerada, diarreia e moleira elevada (bebês).
É possível prevenir?
Existem vacinas que protegem contra os principais tipos de meningite bacteriana, responsáveis por casos mais severos, capazes de levar à morte ou deixar sequelas. Evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos são outras formas de prevenção. Por fim, quem teve contato com uma pessoa infectada deve procurar um serviço de saúde, o mais breve possível, para saber se é necessário receber um medicamento preventivo.
Formas de transmissão
As bactérias costumam passar de uma pessoa para a outra, principalmente, por meio de secreções e gotículas do nariz e garganta. No caso da meningite viral, isso vai depender do micro-organismo. Há vírus que são transmitidos por via fecal-oral. Daí a importância de lavar as mãos antes de preparar alimentos ou consumi-los e depois de usar o banheiro ou chegar da rua. Outros vírus são transmitidos por meio de picadas de mosquitos contaminados.
Diagnóstico
Diante da suspeita de meningite, os especialistas solicitam a coleta de amostras de sangue e líquido cerebroespinhal (líquor). A partir da análise dos materiais em laboratório, é possível detectar o agente causador da doença e direcionar o tratamento.
Meningite bacteriana
A infecção pode ser provocada por diferentes bactérias, uma das mais importantes é a Neisseria meningitidis (que, no Brasil, manifesta-se principalmente nos subtipos A, B, C, W e Y), o Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae e o Mycobacterium tuberculosis. Felizmente, existem vacinas disponíveis para prevenir todas elas. A importância de priorizar a vacinação se justifica pela agressividade da doença e pela rapidez com que ela tende a evoluir — no caso da infecção por Neisseria meningitidis, por exemplo, há risco de morte ou de sequelas graves em, apenas, 24 horas. Por isso, é fundamental saber identificar os sintomas e procurar, com urgência, uma unidade hospitalar, para o início do tratamento com antibióticos e cuidados adicionais.
Meningite viral
Embora os sintomas sejam semelhantes aos da meningite bacteriana, o quadro tende a ser mais brando e seu desenvolvimento é menos grave que o da meningite bacteriana. Apesar de muitas vezes não haver um tratamento específico, é comum que os médicos optem por internar o paciente para monitoramento e controle de eventuais complicações. Quando se trata do vírus da herpes ou influenza, pode ser necessário administrar um medicamento antiviral apropriado para combatê-los.
Tipo A
Mais comum na África e na Ásia
O abecedário da meningite meningocócica (tipo A, B, C e assim por diante) se refere aos subtipos de uma única bactéria, a Neisseria meningitidis (meningococo), que promove uma das formas mais agressivas de meningite.1,9 O subtipo A, especificamente, deixou de circular ainda nos anos 70, após uma ampla campanha de vacinação.2 Contudo, é importante conversar com o seu médico sobre a vacinação uma vez que o meningococo do subtipo A ainda circula no mundo, principalmente no chamado cinturão da meningite, localizado na África Subsaariana.26
(Confira o calendário de vacinação)
Tipo B
Desde 2015 há vacina disponível.
Se considerarmos todas as faixas etárias, 32% dos casos de doença meningocócica no Brasil são desencadeados pelo subtipo B da bactéria Neisseria meningitidis (meningococo).14 No ano de 2018, o sorogrupo B foi responsável por 58% dos casos de doença meningocócica em crianças com menos de 10 anos.14 Considerando que a vacina específica para esse tipo só entrou no mercado em 2015, é importante verificar, na caderneta de vacinação, se a sua família já está protegida contra este subtipo.
Caso contrário, converse com seu médico sobre a necessidade de vacinar.
(Confira o calendário de vacinação)
Tipo C
70% dos episódios de meningite meningocócica.
O tipo C da bactéria Neisseria meningitidis (meningococo) é responsável por cerca de 56% dos casos de doença meningocócica no Brasil.
A proteção contra este sorogrupo pode ser realizada através de vacinação.
A vacina meningocócica tipo C está disponível na rede pública enquanto que a rede privada possui a vacina conjugada que abrange os tipos A, C, W e Y.1,28,30
A inclusão da vacina contra o meningococo do tipo C no Programa Nacional de Imunizações (PNI) reduziu em 70% a incidência da doença em crianças menores de 2 anos.
Isso é uma conquista importante, porém não podemos esquecer das crianças já crescidinhas e adolescentes, que também precisam ser vacinados.
(Confira o calendário de vacinação).
Haemophilus influenzae
99% de redução na incidência, graças a vacina.
Esta bactéria já foi um dos principais agentes causadores de meningite bacteriana, mas, graças à introdução de vacinas conjugadas no calendário nacional de vacinação, sua incidência caiu 90%. Atualmente, representa apenas 6% das meningites bacterianas. Ainda assim, é de grande importância que se faça a imunização. A vacina contra o Haemophilus influenzae tipo B faz parte de vacinas combinadas direcionadas ao lactente, ou seja, vacinas que protegem contra mais de uma doença.
(Confira o calendário de vacinação)
Mycobacterium tuberculosis
Evolução lenta, que dificulta a detecção.
Este agente está por trás de cerca de 12% dos casos de meningite bacteriana e tende a apresentar uma evolução mais lenta, o que dificulta o diagnóstico.
A doença começa com sintomas inespecíficos, como febre, dor abdominal, irritabilidade e vômito. Se não for tratada, pode progredir para dano cerebral e chegar ao período terminal da doença. A vacina BCG, prevista no calendário de vacinação, reduz o risco de meningite tuberculosa. Existem formas que podem ajudar na prevenção como, evitar ambientes com aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.
(Confira o calendário de vacinação)
Streptococcus pneumoniae
30% em média, em taxa de mortalidade.
Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum antes dos cinco anos. Representa a segunda causa de meningite bacteriana atingindo 38% dos episódios provocados por bactérias e costuma ser ainda mais agressiva do que a meningite meningocócica, com taxa de letalidade próxima a 30%. A vacina pneumocócica conjugada, prevista no calendário de vacinação, é uma das melhores formas de prevenção. Existem outras formas que podem ajudar na prevenção como manter bons hábitos de higiene e manter uma alimentação saudável.
(Confira o calendário de vacinação)
Tipo W
Mais comum no Sul do país.
Somado ao subtipo Y, ele é responsável por cerca de 12% dos episódios de doença meningocócica no Brasil. O maior número de casos ocorre na região Sul do país. A vacina meningocócica conjugada ACWY, disponível na rede privada, protege contra este e outros três subtipos da doença.
(Confira o calendário de vacinação)
Tipo X
Ainda não foi detectado no Brasil.
Mais comum na África, o subtipo X da bactéria Neisseria meningitidis (meningococo), ainda não possui vacina disponível para preveni-lo.
(Confira o calendário de vacinação)
Tipo Y
10% dos casos quando somado ao tipo W.
Somado ao subtipo W, está por trás de 12% dos casos de doença meningocócica no Brasil.14 A vacina ACWY, disponível na rede privada, é capaz de preveni-la.
(Confira o calendário de vacinação)
Fonte: https://bit.ly/3g1MdYk
Referências: https://bit.ly/2OEJ45D